Numa
tarde de domingo ainda meio ensolarada, me vejo de frente ao lugar que mais
amava quando era criança, o vento tocando meu rosto, mas este vento não trás
mais o cheiro de grama e jasmim que trazia antes, aquele lugar não era mais o
meu paraíso.
Mas aparentemente
a destruição que eu via, passava despercebido pelos outros, que com suas vidas
corrida e estressante esqueceram que ali bem perto havia um pequeno paraíso,
mas agora não há mais.
Lembro-me
com saudades do lago onde muitas vezes me atirei e nadei sem nenhum medo. Ainda
posso vê-lo, mas não é o mesmo lago, esse pequeno mar de lixo que agora vejo
sequer posso chegar perto.
Olho
ao redor e não vejo mais as árvores que tanto adora escalar para colher frutas,
agora tudo é seco e sem vida. Não se escuta mais o barulho dos pássaros e dos
grilos que costumavam cantar por aqui.
O solo
sobre meus pés não é mais coberto da grama verdinha e macia, é seco e rachoso
Suspiro
infeliz lembrando que na minha doce inocência de criança sonhava que um dia
levaria meus filhos aquele lugar.
E
choro. E sigo chorando...
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Opalescência*